Vôo 103 da PanAm

O vôo 103 de Pan Am explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, às 19h03 do dia 21 dezembro de 1988. Morreram 243 passageiros, 16 tripulantes e 11 pessoas que estavam em terra no local onde o avião caiu. A bomba estava escondida em um rádio gravador, dentro de uma mala que havia entrado no avião, apesar da inspeção pelo sistema de Raio-X.
A bomba Depois que os investigadores examinaram 180.000 partes do avião e onze anos de pesquisa, descobriram que a bomba fora feita com explosivo plástico SEMTEX e ativada por um temporizador.
Conclusão As autoridades que tratavam da segurança aeroportuária chegaram à conclusão de que somente o sistema de inspeção por Raio-X não era capaz de identificar a presença de explosivos camuflados dentro de algum equipamento elétrico.
Por iniciativa do governo americano, foram disponibilizados milhões de dólares para que a comunidade científica pudesse disponibilizar alguma ferramenta que viesse complementar os sistemas de segurança que já se utilizavam de equipamentos de inspeção por Raio-X e detectores de metal.
Surgem, então, os equipamentos detectores e identificadores de explosivos com base na espectrometria de massa com uso das tecnologias IMS e ITMS.

Novo contexto
Historicamente, após a invenção da pólvora na China, no século IX, e até a metade do século XX, artefatos explosivos eram essencialmente utilizados para uso militar e em minas de extração e na construção de grandes obras, tais como hidroelétricas e rodovias. Vale dizer que no último século a tecnologia de explosivos também doi desenvolvida, trazendo outras bases químicas na formatação dos explosivos, tais como nitroglicerina, RDX, TATP, entre outros.

Nas últimas três décadas, assistimos à mudança da motivação do uso de explosivos, agora não só para o uso militar e industrial, mas também por motivação religiosa ou política, onde não se pode determinar o local ou a forma como serão utilizados.
Carros-bomba podem ser deixados ou arremessados contra alvos, bem como homens-bomba podem misturar-se em meio à multidão ou entrar em qualquer edifício público ou privado, trazendo a morte de muitos inocentes, a exemplo do carro-bomba arremessado contra uma Associação Judaica em 1994 na cidade de Buenos Aires, Argentina, e, em 1995, a explosão do edifício do governo americano em Oklahoma, entre centenas de atentados ao redor do mundo, contra empresas privadas, centros de compra, hotéis etc.
Os atentados em 11 de setembro de 2001 estabeleceram um marco na história da humanidade, onde os responsáveis pela segurança pública e privada foram obrigados a rever as estratégias, normas e procedimentos na prevenção de atentados com uso de explosivos, onde se faz necessário investimentos na área de tecnologia voltada à prevenção, com uso de detectores e identificadores de explosivos no controle de acesso de pessoas a áreas restritas e de segurança, tais como aeroportos, portos, edifícios públicos e privados.
A Safran Morpho vem desenvolvendo equipamentos da mais alta tecnologia, que servem como ferramentas preciosas e seguras na prevenção aos ataques terroristas de qualquer natureza, colocando à disposição dos órgãos de segurança equipamentos como detectores e identificadores de explosivos - Itemiser3, VaporTracer 2 e EntryScan -, bem como a linha CTX de scanners de bagagem por meio de Raio-X, conjugados com tecnologia de tomografia computadorizada.
CTX Systems
CTX Systems

Explosivos
Um explosivo é um material que pode sofrer o processo de explosão, liberando grandes quantidades de gases, calor e pressão. No sentido mais amplo, é um material extremamente instável que pode se decompor rapidamente formando produtos estáveis. A destruição provocada pela explosão ocorre devido à violenta expansão dos gases liberados e devido à elevação brusca da temperatura do ambiente.
Os primeiros explosivos, criados há séculos, eram misturas de carvão e salitre com cera mineral, resinas e areias petrolíferas, com a finalidade de produzir fumaça, incêndios e fogos de artifícios.
Somente a partir do século XIV passou a ser usado em guerras.
1. Tipos de explosivos
Os explosivos são divididos, basicamente em explosivos altos e baixos:
1.1. Altos: têm uma velocidade de detonação muito maior (9.000 metros por segundo) e, portanto, um poder de demolição maior.
São explosivos altos:
• TNT (trinitrotolueno);
• RDX (Ciclonita) e HMX: além de serem extremamente potentes, esta nova classe de explosivos possue qualidades invejáveis, como estabilidade, maleabilidade e resitência ao calor. Os explosivos podem ser moldados e aquecidos sem perigo de uma detonação indesejada. Mas basta um pulso elétrico para que tudo vá pelos ares. Tanto o RDX como o HMX são capazes de derrubar paredes de concreto ou mesmo de aço. O dinamite militar é uma mistura de 75% de RDX, 15% de TNT e 10% de aditivos estabilizantes e plastificantes. A mistura plástica explosiva conhecido como C4 (o campeão de vendas entre os terroristas) é composta por 91% de RDX e 9% de aditivos plastificantes. O poder de detonação do C4 é suficiente, por exemplo, para gerar ondas de compressão capazes de iniciar a fissão nuclear de uma bomba de urânio-235;
• Tetranitrato de pentaeritrina;
• Nitrato de amônia;
• ANFOS: ANFOS ou ANFO é uma mistura de hidrocarbonetos líquidos médios e pesados inflamáveis, contendo gasolina e querosene, com nitrato de amônia, criando um explosivo poderoso. ANFO foi usado por grupos como IRA, ETA e palestinos. Uma variante mais sofisticada da reação de ANFO padrão foi usado no atentado de Oklahoma. Muito usado no meio civil, devido à sua alta estabilidade e segurança de armazenamento e manuseio. Só pode ser detonado com uma cápsula de azida de chumbo ou fulminato de mercúrio;
• Ácido pícrico ou TNP (trinitro fenol);
• Tricloreto de nitrogênio;
• Térmite, térmita ou termite (na realidade não é um explosivo, mas é assim considerado pela sua reação altamente exotérmica);
• Cloreto de alumínio;
• HMTD;
• Astrolite.

1.2. Baixos: ardem a uma velocidade de 1 ou 2 centímetros por segundo e apresentam um poder mais propulsivo do que de demolição.
São explosivos baixos:
• Pólvora negra;
• Trinitrocelulose.

1.3. Explosivos de impacto ou "primers"
Este tipo de explosivo é usado principalmente para ignição, ou seja, para iniciar o processo de explosão de um explosivo de maior potência. São muito sensíveis ao calor, à fricção e a descargas elétricas, entre outros.
São explosivos de impacto:
• Cristais triiodeto de amônio;
• Fulminante de mercúrio;
• Nitroglicerina com um desensibilizador;
• Azida de chumbo.

1.4. Outros
• DNT (dinitrotolueno);
• PETN (tetranitrato de pentaeritritol);
• EGDN (Ethylene Glycol Dinitrate);
• DMNB (Dinitrobutane);
• C-4: is made up of explosive, plastic binder, plasticizer and, nowadays, marker or taggant chemicals such as 2,3-dimethyl-2,3-dinitrobutane (DMDNB) to help detect the explosive and identify its source. As with many plastic explosives, the explosive material in C-4 is RDX (also known as cyclonite or cyclotrimethylene trinitramine) which makes up around 91% of the C-4 by weight. The plasticizer is di(2-ethylhexyl) or dioctyl sebacate (5.3%), and the binder is polyisobutylene (2.1%). Another binder used is dioctyl adipate (DOA). A small amount of petroleum oil (1.6%) is also added.

Exploviso que são detectados pelo VaporTracer:
TNT Trinitrotolueno Dinamite
NIT (NG) Ésteres de Ácido Nítrico -
ethyilene glycol dinitrate Nitroglicerina -
PETN, EGDN
RDX (Royal Demolition Explosive) Ciclometilenotrinitramina Explosivos plásticos, C4, DMNB, Sentex
PET Tetranitrato de pentaeritrina Cordões detonadores, muitos contém TNT
HMX (Her Majesty's Explosive) Ciclotetrametilentetranitramina Plásticos: o HMX é um dos explosivos com a maior velocidade de detonação conhecida: mais de 9 kilômtros por segundo, ou seja, quase 33 mil kilômetros por hora!
DNT Dinitrotoluene
AM Nitrato de amônia Base: encontrado em fertilizantes, misturado com querosene e gasolina = ANFO
TATP O peróxido de acetona (peróxido triciclo cetônico), conhecido como TATP, é sensível a impactos, a variação de temperatura e a atritos. Explode facilmente. Feito com acetona, água oxigenada e ácido sulfúrico. É o explosivo preferido dos suicidas que se explodem em ônibus, hotéis, boates, bares, embaixadas em Tel Avi, Jerusalém e em outras cidades do oriente médio. Foi usado na boate que explodiram em Bali.
TETRYL Trinitrophenylmethylnitramine Explosivo militar

Fontes:
Internet: www.wikipedia.com
Revista Security - Nº 29 - Página 18 - Artigo: "É Melhor Prevenir..."
Com autorização do articulista Sérgio Cassettari Jr.
Consultor: Vander Mauro de Souza